Alexander Saikowsky... meu tio Sacha, irmão da vó Albertina Saikowska de Ganzo... que saudade!
Tive o prazer de desfrutar, mesmo que brevemente, do convívio de tio Sacha. Através dele conhecemos um pouco da essência do povo russo: Brincalhão, alegre, feliz. Isto tudo, tendo passado muitas dificuldades em suas vidas... já não bastasse terem fugido de sua terra amada, Tbilisi, Geórgia...
Tio Sacha já era um senhor de idade avançada quando eu nasci, mesmo assim, tenho incrível lembrança dele... um gentleman, educado, carinhoso... um amigo de todos. Trazia alegria às nossas férias na Lagoa da Conceição. E ele adorava... a casa cheia de crianças, adolescentes... a família reunida, sobrinhos-netos, tão amados quanto seus filhos.
Lembro das partidas de bilhar (sinuca) que faziam... organizavam o campeonato a cada verão. Era pura diversão... Num desses campeonatos de sinuca, lembro dele sempre achando que estavam trapaceando... rsrsrs... e estavam mesmo! Mas era pra ele ganhar. Ele ficava tão nervoso quando perdia, que todos ficavam com pena... então davam um "canjinha". Eu ainda com meus 10,11 anos, vendo aquele meu tio tão interessante, tão querido, tão intrigante... um russo, algo que despertava minha curiosidade, meu respeito.
Verdade... tio Sacha era uma pessoa fora do comum. Ele despertava um grande carinho entre todos na família. Nas férias, um dos pontos altos era a tão aguardada visita dele a Florianópolis. E era muito bom...
Ensinou-me poucas palavras e frases em russo, umas dessas era "Eu te amo!" (Iá Tibiá Lublu) para que eu falasse para minha mãe... "Minha querida" (Maia Daragaia) ... e após muita insistência minha, um nome "feio"... "Viado!" (Ólem)... e ele não queria de jeito nenhum me traduzir para o russo... doces lembranças.
E assim como ele apareceu na minha vida, também sumira... fomos crescendo, despertando nossos interesses para outros assuntos, renegando nossas famílias, nosso passado, em troca daquele presente, um presente que hoje já é passado... ficou pra trás tão rapidamente... deixando-nos orfãos daqueles que amávamos e que nos amavam. Renegamos o carinho, a amizade, a convivência. E não me conformo por isso!
As coisas foram mudando... meu pai alugou a casa de praia, meu avô Juan Carlos adoecera... e tio Sacha desaparecera. Não lembro mais de suas últimas visitas a Florianópolis. Me vem na memória uma de minhas últimas visitas ao meu tio... julho de 1978 no Rio de Janeiro. Lá na Lapa, no morro Santa Teresa, aonde era a casa dele. Que saudade!
Os anos passaram muito rápido... o egoísmo de nossas relações não serviu pra nada, apenas para tardiamente lembrarmos que éramos felizes e não sabíamos...
Hoje sentimos falta dequeles que nos cercavam com tanto carinho... e imagino também a saudade que ele teve da gente...
Tiozinho... se pudesse, voltava correndo... atrasava o relógio, rasgava o calendário... mergulhava no tempo e resgatava ao senhor e a todos que nos fazem muita falta. Mas isto não nos é possível... o tempo avança intrépido e incessantemente... não há tréguas! Mas acredito que o senhor viva... todos vivam... afinal, quem está no coração não morre, vive conosco, no nosso íntimo, no nosso amor. E assim, te levarei sempre comigo, junto com todos que amei, amo e amarei. Te amo tio!
Obs. Foto menor, março de 1977. Tio Sacha, CAMPEÃO DE SINUCA!!! Com direito a faixa de papel higiênico e um troféu de pinico... rsrsrsrs
Um comentário:
o q. tem a família a ver com a família Leyraud?
mazporto@yahoo.com
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