17 maio 2007

Nossa luta de cada dia

Juan Ganzo Fernandez ao centro, ladeado por seus fiéis escudeiros da Cia. Telefônica Rio Grandense. Meados de 1920. Sr. Oscar Germano Pedreira sentado na extrema direita.


Mais um dia de nossas vidas... o mundo girando, o tempo passando...
Ontem, em mais uma tentativa de resolver meus problemas, fui novamente à luta, mas desta vez, sem deixar de levar minha aliada... minha esposa, Giovana. Não dá pra imaginar o conforto que foi vê-la me fazendo companhia. Faz muito tempo que venho lutando para conseguir minha licença de publicidade, mais precisamente 4 anos. Já havia me desiludido tanto que praticamente não mais tentava alguma coisa. Precisei pedir para minha companheira me ajudar... e não é que, ao que parece, a coisa se caminha para um desfecho feliz? Coincidência ou não, ontem foi uma tarde de boas notícias... tirando algumas pendências ainda por resolver, descobrimos que meu pedido foi deferido! Num mar de corrupção, de más notícias, isto é uma um alento. Tomara Deus que dê certo. Estou fazendo planos... nunca é tarde pra sonhar!
E nestas horas, lembro de meus avós que lutaram uma luta desigual contra o poder público. Grandes empreendedores, pessoas de visão futurísticas que no Brasil venceram e acabaram por serem vencidos. A derrota amarga, destruidora de seus ânimos, de sua ânsia de viver... e sempre subjugados por aqueles que deveriam tê-los defendido. É muito triste saber que muitas das empresas destes valorosos cidadãos foram parar na mãos dos políticos corruptos, dos empresários fascínoras, de pessoas sem escrúpulos. Ipiranga Petróleo, Cia. TelefônicaRiograndense, Cia. Telefônica Catarinense... são apenas alguns exemplos de empreendimentos bem sucedidos que foram surrupiados pelas mazelas do estado brasileiro.
O que tento explanar aqui, é que, mesmo pensando no sustento de minha família, sem em momento algum, imaginar ficar rico ou passar por cima de alguma lei ou pessoa, tenho encontrado sérias dificuldades... e ao que tudo indica, por interesses alheios aos meus. Propina, corrupção, concorrência??? Sei lá, algo tão simples e ao mesmo tempo, muitíssimo difícil!
Bola pra frente... alguns dias mais... talvez semanas, meses... mas ainda terei minha empresa e que se Deus quiser, obtenha sucesso! É para isto que vou lutar! Minha esposa, meus filhos, minha família... todos torcem por mim!!! E eu também, afinal, temos que honrar nossa tradição empresarial e de todas as formas, lutar contra os maus-caráters da administração pública. Nossos pais, avós, bisavós agradecem.
E amanhã será um novo dia... cheio de alegria e amor!

13 maio 2007

Oscar Germano Pedreira

Juan Ganzo Fernandez sentado à esquerda e Oscar Germano Pedreira em pé, de óculos.


Há alguns dias, me escreveu Marta Pedreira Ghezzi. Contou-me ela que seu avô, Oscar Germano Pedreira foi muito amigo de meu bisavô, Juan Ganzo Fernandez.
Marta está resgatando a história de seu avô e assim, em suas pesquisas, acabou por encontrar este meu blog.
Que interessante... os encontros da família há muito separada no tempo e no espaço, os amigos de nossos avós... suas histórias, fotos, cartas... é maravilhoso poder compartilhar destas emoções.
Obrigado Marta, muito obrigado!




Oscar Germano Pedreira


Oscar Germano Pedreira nasceu em Uruguaiana no dia 27 de março de 1887. Era o terceiro filho do casal Joaquim Maria Pedreira Junior e Orosia Altina Germano Pedreira.

Na infância viveu em Jaguarão e depois em Melo, no Uruguai, quando o pai era vice-cônsul do Brasil.

É provável que tenha chegado a Porto Alegre no final de 1908 ou no início de 1909, já empregado na Companhia Telephonica Rio Grandense, cujo principal acionista (ou um dos principais) era o Coronel Juan Ganzo Fernandez, que ele conhecera em Melo.

Nesse ano prestou exames para o ingresso na escola de Engenharia, iniciando o curso no ano seguinte.

Devido ao cargo de grande responsabilidade que exerceu, desde o início, na Telephonica, onde era o principal executivo, não podia cursar todas as disciplinas previstas para cada semestre, vindo a concluir o curso somente no ano de 1917.

Em 1918 casou-se com Marietta Mello, filha do comerciante Alfredo Gomes de Mello e de sua mulher, Annita (Anna Emilia) Fagundes de Mello.

O casal teve cinco filhos: Maria, Dora Rachel, Joaquim Alfredo, Anna Luiza e Beatriz (que morreu um mês depois de seu primeiro aniversário).

Oscar dedicou toda sua vida profissional à Telephonica Rio Grandense, permanecendo naquela Companhia mesmo depois que a empresa americana International Telephone and Telegraph Corporation (ITTC) assumiu o controle acionário, em 1927. Morreu no dia 22 de julho de 1949, com a idade de 62 anos, quando se encontrava a serviço, no Rio de Janeiro, em conseqüência de um infarto.

Era profundamente admirado por todos que o conheciam, pela dedicação à familia e ao trabalho, por sua generosidade e pela firmeza de seu caráter. No santinho que, como era costume na época, foi distribuído durante a missa celebrada no sétimo dia de sua morte, constam estes dizeres: “Ele foi perfeito em todos os atos de sua vida. Era a creatura que todos nós admiravamos, aquela com quem desejariamos nos parecer.”

11 maio 2007

A História do Telefone - Jornal "A Noite" 15-04-1947

A História do Telefone


Não vamos falar de Alexandre Graan Bell. Embora mereça a nossa reverência, é figura que está muito para trás. Não estamos aqui como Prometeu, em cima do rochedo, olhando para o fantasma do passado... Vamos falar do Sr. João Ganzo Fernandez, uma das figuras empreendedoras e que tanto tem contribuído para o progresso do Brasil. Desses homens que se pode apontá-lo e dizer: "é desses que constroem o mundo". Foi o Sr. João Ganzo Fernandez que, em 1908, fundou no Estado do Rio Grande do Sul a Companhia Telefônica. A êle também coube, em 1920, o privilégio de montar na capital gaúcha a primeira estação telefônica automática, que seria, como afirmam vozes autorizadas, a primeira etapa do telefone automático no Brasil e na América do Sul. Já em 1927, o Sr. João Ganzo Fernandez, que ama o trabalho, que se enternece ante qualquer realização, lança as diretrizes da Companhia Telefônica Catarinense, que tantos benefícios presta ao Estado. Hoje, em quase todo território de Santa Catarina, em 29 localidades, os fios da Telefônica Catarinense cruzam os seus postes estão fincados como mastros de bandeiras do progresso.



Autor desconhecido.

06 maio 2007

Homenagem a Américo Machado

Don Americo Machado, sua esposa Gilda Jesús e seus netos.

Recebi esta manhã um e-mail do nosso primo Rodolfo Miguel Bia Ganzo. Como sempre, Rodolfo é muito carinhoso em suas palavras, em seus sentimentos.
Uma pessoa muito especial, típico da linhagem dos Ganzo que conheço... todos muito especiais.
Rodolfo homenageia seu sogro, uma pessoa também especial, que agregou àquela família amor, fé, esperança e alegrias. Predicados de uma família feliz e que sempre irá honrar suas linhagens genealógicas.
Publico aqui a sua homenagem e lhes oferecemos nossas condolências.

Um grande abraço!

Maurício Ganzo Pereira


"Querido primo,
Si tu estas de acuerdo me gustaría publicar en tu blog unas palabras en homenaje a mi querido suegro quien como sabes falleció recientemente.
Se que el no era Ganzo pero me gustaría mucho poder honrarlo a través de tu sitio.
Te adjunto además de lo escrito, tres fotos para que tu elijas si poner las tres o algunas de ellas en particular.
Bueno por el momento nada mas, solo desear que todos ustedes estén bien.
Un abrazo desde Montevideo, Rodolfo."

Don Americo Machado nasceu em 12 de outubro de 1920


Mi suegro fue una de esas personas simples pero auténticas que dan ejemplo de vida mientras viven.

Don Américo era una persona muy creyente, por lo que para hablar de él usare una metáfora que leí cuando pequeño, pero que quizás las nuevas generaciones no conozcan. Pero primero déjenme contarles lo que sé acerca de su historia.

De pequeño recibió golpes de la vida, o para los que son muy creyentes como lo era él, le toco ser probado por el señor. Siendo aun pequeño su madre lo dejo al cuidado de su abuela y partió a trabajar a la capital del país de donde con el paso del tiempo nada mas se supo de ella. Este fue un golpe enorme para Américo quién trabajaba ya de muy joven como peón rural, y mas tarde sería capataz (querido como un padre) y también chofer (motorista) de camión.

Pese a todas las tribulaciones Américo no perdió su fe y continuo sirviendo a Dios.

A los 26 años se caso con la que sería su compañera por mas de 61 años (Dña. Gilda), quien le dio 10 hijos a los que criaron con amor en el medio rural y mostraron el camino a seguir. Como me contó una de sus hijas (Gabina, desde hace 17 años mi esposa), el siempre les repetía con su voz de cadencia segura y apacible que debían prepararse (estudiar) para ser mejores personas. Y esto es lo que los 10 hermanos hicieron, por lo que Don Américo debe estar muy orgulloso.

De no tener familia Don Américo pasó a tener una hermosa y gran familia, con muchos hijos y nietos, que lo rodearon y con el transcurso del tiempo le devolvieron algo del amor que él había puesto en ellos.

Querido y respetado por todos los que lo conocieron vivió una vida como decía simple pero hermosa y su fe nunca decayó.

Ahora bien cuentan que en su tierra en el departamento de Rivera un adivino con dones de profetización anunció que el día 4 de Marzo de 2007 Dios llevaría con él al hombre mas rico de ese departamento, por lo que muchos grandes hacendados comenzaron a tomar recaudos y hasta algunos contrataron médicos particulares para pasar aquel día.

Pero con el transcurso de las horas y al advertir que ya había pasado la fecha señalada todos pensaron que la profecía no se había cumplido, ya que al leer los obituarios solo figuraba el nombre de Américo Machado.

No obstante asegura el profeta que la profecía si se cumplió ya que ese día Dios llamo con él a uno de sus siervos mas fieles y al que por ese entonces era el hombre mas rico del departamento de Rivera.


Rodolfo Miguel Bia Ganzo

03 maio 2007

Iaiá querida

Iaiá, com o tio Carlos Alberto Ganzo Fernandez e minha mãe, Clorinda Ganzo Fernandez, em 1941.

Há alguns dias, após receber do João Alberto uma foto inédita da Iaiá, venho soliciatando minha mãe para escrever sobre ela. Levou dias, mas finalmente me entregou seu texto.
Para mim, no auge dos meus 40 anos de idade, as lembranças ora são carinhosas, ora hilariantes... Iaiá era uma mulher de personalidade muito forte. Pequenininha, mas com um coração gigante! Não havia quem não gostasse dela... prestativa, às vezes mandona... ela era ela mesma, personalidade forte e nem aí para os outros. Sempre tratáva-nos como seus filhos. Havia amor naquela mulher... muito amor.
Nós, netos de Juan Carlos Ganzo Fernandez e Albertina Saikowska de Ganzo, sentimos uma imensa alegria em relembrar desta linda criatura de Deus. Deus te abençõe Iaiá, te amamos!





Palavras de Clorinda Ganzo Pereira (Pochi):

"Faz muitos dias que não sinto ânimo para escrever. Minha vida deu uma reviravolta, parece que ficou de "ponta cabeça", mas hoje, falando sobre meus filhos na clínica de fisioterapia (onde faço fisioterapia para meu pé), falei muito da Iaiá. Ela faz parte integrante da minha vida e da de meus filhos.
Maria Luiza Rodrigues (Iaiá) começou a trabalhar na casa da mamãe dia 05 de janeiro de 1938, três dias antes de eu nascer.
Mamãe me contava que ela veio pedir emprego com uma filha de 8 anos, a Beatriz, que até hoje é uma querida amiga.
Não sabia a idade que tinha, pois só foi registrada em Palhoça(SC), onde nasceu, pelo meu pai.
Ela contava que a mãe dela tinha sido escrava e trabalhava na casa do governador Hercílio Luz como cozinheira. O fogão era de lenha e ela, com 8 anos já ajudava a mãe em cima de um caixote para ficar da altura.
Iaiá se tornou figura folclórica na rua Boacaiúva (Florianópolis, SC), onde morávamos. Todos a conheciam e a amavam... Era bondosa, caridosa, alegre, espirituosa. Era demais!
Tinha horror a tirar fotos. Por isso, quase não temos fotos dela. Quando sentia que iam bater fotos, saia rápido.
Quando tive meu 1° filho, ela sai pelas casas da nossa rua avisando a todos que eu tinha ganho um menino. No segundo filho, a mesma coisa. No terceiro, igual. No 4°, ela já dizia: "Outro menino!". Nos 5° e 6° filhos então, ela só dizia: "Não tem geito, só dá menino!".
Mas ela ficava contente com os meninos, amava todos, me ajudava muito com as crianças.
A Beatriz me fazia cachinhos nos cabelos todos os dias.
Iaiá faleceu dois anos após a morte do papai (Juan Carlos), ela sentiu muito a morte dele.
Morreu como um passarinho, como ela queria. Sempre dizia que estava contribuindo para um lar de velhos, porque não queria perturbar ninguém. Mas faleceu dormindo, na casa de meu irmão Beto.
Morreu como todos querem morrer... sem sofrer! Mereceu!"