Site destinado a contar a história da família Ganzo, originária da Ilha de Lanzarote, arquipélago das Canárias. Neste site, temos o prazer de mostrar e comentar sobre todas as pessoas que de uma maneira ou de outra, contribuiram ou contribuem para a continuação desta saga iniciada em 1866.
10 outubro 2011
Correio do Povo - 03 de abril de 1909
Correio do Povo do dia 3 de abril de 1909 noticiava:
Companhia Telefônica Rio-Grandense
Companhia Telephonica – A Companhia Telephonica Rio-Grandense (empreza Ganzo, Durruty & C.) começou, hontem, a distribuir folhetos contendo a lista dos seus assignantes e as instrucções para o uso de seus aparelhos. Já que a nova empreza entra em funccionamento regular, devemos advertil-a de que precisa de organizar o seu serviço, de modo a poder elle preencher os seus fins, o que agora não succede. Ao contrário, tal como está, esse serviço chega a tornar-se até prejudicial, como ainda hontem tivemos occasião de observar mesmo comnosco. As ligações são dadas com extraordinaria demora, e, não raro, cortadas inesperadamente, quando os assignantes ainda estão se communicando; os chamados, para o centro, não são attendidos; as operadoras começam, outras vezes, a importunar os assignantes com chamados em falso, etc. Esperamos que tudo isso seja melhorado, em a nova phase que a empreza vae iniciar.
Texto retirado do site: http://contextopolitico.blogspot.com/2009_04_03_archive.html
Marcadores:
Companhia Telephonica Riograndense,
Jornais e Revistas
Impressões do Brazil no Seculo Vinte
Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [41-D]
Ao longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.
Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 821 a 828, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):
Companhia Telefônica Rio-Grandense - O serviço de comunicações telefônicas no estado do Rio Grande do Sul foi iniciado pela Empresa Industrial Construtora do Rio Grande do Sul, proprietária dos centros telefônicos estabelecidos nas cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, e bem assim dos privilégios concedidos pelas extintas Câmaras Municipais das três cidades, constantes dos contratos que adquiriu. O da cidade de Porto Alegre é datado de 8 de março de 1884 e o da do Rio Grande de 27 de maio de 1885, ambos por 15 anos; e o da de Pelotas é datado de 13 de outubro de 1886, por dez anos. Todos esses privilégios foram aprovados pela Assembléia Legislativa da antiga província.
Para comprar o acervo daquela empresa, organizou-se em Pelotas, a 24 de maio de 1895, uma sociedade anônima de responsabilidade limitada, sob a denominação de Empresa União Telefônica, com o capital de Rs. 500:000$000, que foi, mais tarde, elevado a Rs. 600:000$000. Esta sociedade continuou explorando, sem concorrentes, os serviços de sua antecessora nas três cidades acima mencionadas, até que, tendo já há muito expirado o prazo do privilégio que possuía, o coronel Juan Ganzo Fernandez, proprietário de diversos centros telefônicos em várias localidades do estado, obteve em 1906, da Intendência Municipal de Pelotas e da de Rio Grande, concessões para instalar centros telefônicos nessas duas localidades.
Estabelecidos tais centros e após um ano de funcionamento, solicitou a Sociedade concessão para instalar um novo centro na capital do estado. Havendo o coronel Ganzo Fernandez, para continuação desse e outros negócios, organizado a firma Ganzo, Durruty & Cia., iniciou, em 1908, as obras do centro telefônico de Porto Alegre, para as quais, no ano anterior, obtivera concessão do governo desse município.
Em maio desse ano, incorporou-se à mesma firma a Companhia Telefônica Rio-Grandense, que em 15 do mês seguinte ficou definitivamente instalada, e tomou a si todos os negócios da seção de telefones pertencentes a Ganzo, Durruty & Cia. O capital da nova companhia, em seu início, era de Rs.1.100:000$000, quantia que, em virtude de resolução da assembléia geral realizada em 15 de abril do corrente ano, foi aumentada para Rs. 1.300:000$000.
Para fazer face às despesas resultantes do acréscimo de suas instalações primitivas, contraiu ela um empréstimo de Rs. 500:000$000, em obrigações ao portador, ao juro de 8%. Tendo posteriormente feito aquisição da Empresa União Telefônica, emitiu um segundo empréstimo de Rs. 800:000$000 nas condições do precedente.
Com a realização dessa compra, está a Companhia Telefônica Rio-Grandense unificando o serviço nas localidades em que existem dois centros telefônicos, de forma que, presentemente, estão funcionando os seguintes, de acordo com diversos privilégios e concessões municipais: Porto Alegre, Pedras Bancas, Barra do Ribeiro, Itapoã, Belém, Tristeza, Canoas, Pelotas, Piratini, Monte Bonito, Cascata, Capão do Leão, Rio Grande, Povo Novo, Quinta, Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leopídio, Cassino, São Leopoldo, Retiro, Nova Hamburgo, Santa Cruz, Vila Tereza, Rio Pardinho, Ferraz, São João do Montenegro, São Sebastião do Caí e São Lourenço.
Também de conformidade com as concessões que lhe foram dadas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, fez a companhia construir e estão funcionando as seguintes linhas intermunicipais: Porto Alegre e São Leopoldo, 6 linhas, 33 quilômetros cada uma; Porto Alegre a Canoas, 2 linhas, 14 quilômetros cada uma; São Leopoldo a Caí e Montenegro, 2 linhas, 44 quilômetros cada uma; Pelotas a Rio Grande, 10 linhas, 65 quilômetros cada uma; Pelotas a Piratini, 1 linha, 63 quilômetros; Pelotas a São Lourenço, 5 linhas, 90 quilômetros cada uma; Santa Cruz a Venâncio Aires, 1 linha, 40 quilômetros; Santa Cruz a Poço do Sobrado, 1 linha, 20 quilômetros; Pelotas a Capão do Leão, 4 linhas, 17 quilômetros cada uma.
O centro de Porto Alegre, a subestação de Navegantes, nesta cidade, e os de Pelotas, Rio Grande, São Sebastião e Monte Bonito estão instalados em prédios da companhia, tendo sido o primeiro deles especialmente construído para esse fim e os demais convenientemente adaptados à natureza de tal serviço.
Na central que a companhia possui em Porto Alegre, funciona uma mesa múltipla, Siemens & Halske, de bateria central, com capacidade para 10.000 assinantes. Existe um distribuidor primário, de ferro, também para 10.000 subscritores; 2 baterias de 12 acumuladores cada uma; e diversos dínamos, funcionando junto a motores, para carregar baterias e produção de luz.
Desta central, partem 25 cabos subterrâneos, os quais, por sua vez, na área da cidade em que a população é mais densa e em lugares mais adequados, se subdividem em outros, numa extensão de 42 quilômetros.
Na central de Pelotas, funciona uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.600 subscritores e com capacidade para 3.000 linhas; na do Rio Grande, uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.200 subscritores, com capacidade para 2.000 linhas; nas de São Lourenço, Santa Cruz, Montenegro, São Leopoldo, Ilha dos Marinheiros e Nova Hamburgo, mesas Standart, de 100 linhas duplas; nas do Capão do Leão, Monte Bonito e Povo Novo, mesas Standart, de 50 linhas; nas de Quinta e Cassino, mesas de 30 linhas; nas de Tristeza, Belém e Canoas, mesas de 25 linhas; nas de Vila Tereza e Barra do Ribeiro, comutadores de 20 linhas; nas de Itapoã e Cascata, comutadores de 12 linhas; nas de Rio Pardinho e Ferraz, comutadores de 10 linhas.
A companhia, em sua maior parte, usa os aparelhos J. Berliner, de Hanover; L. M. Ericson & Co., de Estocolmo; Western Electric Co. e Kellog Switchboard & Supply Co., de Chicago.
Artigo retirado do site
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g41d.htm
Ao longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.
Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 821 a 828, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):
Companhia Telefônica Rio-Grandense - O serviço de comunicações telefônicas no estado do Rio Grande do Sul foi iniciado pela Empresa Industrial Construtora do Rio Grande do Sul, proprietária dos centros telefônicos estabelecidos nas cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, e bem assim dos privilégios concedidos pelas extintas Câmaras Municipais das três cidades, constantes dos contratos que adquiriu. O da cidade de Porto Alegre é datado de 8 de março de 1884 e o da do Rio Grande de 27 de maio de 1885, ambos por 15 anos; e o da de Pelotas é datado de 13 de outubro de 1886, por dez anos. Todos esses privilégios foram aprovados pela Assembléia Legislativa da antiga província.
Para comprar o acervo daquela empresa, organizou-se em Pelotas, a 24 de maio de 1895, uma sociedade anônima de responsabilidade limitada, sob a denominação de Empresa União Telefônica, com o capital de Rs. 500:000$000, que foi, mais tarde, elevado a Rs. 600:000$000. Esta sociedade continuou explorando, sem concorrentes, os serviços de sua antecessora nas três cidades acima mencionadas, até que, tendo já há muito expirado o prazo do privilégio que possuía, o coronel Juan Ganzo Fernandez, proprietário de diversos centros telefônicos em várias localidades do estado, obteve em 1906, da Intendência Municipal de Pelotas e da de Rio Grande, concessões para instalar centros telefônicos nessas duas localidades.
Estabelecidos tais centros e após um ano de funcionamento, solicitou a Sociedade concessão para instalar um novo centro na capital do estado. Havendo o coronel Ganzo Fernandez, para continuação desse e outros negócios, organizado a firma Ganzo, Durruty & Cia., iniciou, em 1908, as obras do centro telefônico de Porto Alegre, para as quais, no ano anterior, obtivera concessão do governo desse município.
Em maio desse ano, incorporou-se à mesma firma a Companhia Telefônica Rio-Grandense, que em 15 do mês seguinte ficou definitivamente instalada, e tomou a si todos os negócios da seção de telefones pertencentes a Ganzo, Durruty & Cia. O capital da nova companhia, em seu início, era de Rs.1.100:000$000, quantia que, em virtude de resolução da assembléia geral realizada em 15 de abril do corrente ano, foi aumentada para Rs. 1.300:000$000.
Para fazer face às despesas resultantes do acréscimo de suas instalações primitivas, contraiu ela um empréstimo de Rs. 500:000$000, em obrigações ao portador, ao juro de 8%. Tendo posteriormente feito aquisição da Empresa União Telefônica, emitiu um segundo empréstimo de Rs. 800:000$000 nas condições do precedente.
Com a realização dessa compra, está a Companhia Telefônica Rio-Grandense unificando o serviço nas localidades em que existem dois centros telefônicos, de forma que, presentemente, estão funcionando os seguintes, de acordo com diversos privilégios e concessões municipais: Porto Alegre, Pedras Bancas, Barra do Ribeiro, Itapoã, Belém, Tristeza, Canoas, Pelotas, Piratini, Monte Bonito, Cascata, Capão do Leão, Rio Grande, Povo Novo, Quinta, Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leopídio, Cassino, São Leopoldo, Retiro, Nova Hamburgo, Santa Cruz, Vila Tereza, Rio Pardinho, Ferraz, São João do Montenegro, São Sebastião do Caí e São Lourenço.
Também de conformidade com as concessões que lhe foram dadas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, fez a companhia construir e estão funcionando as seguintes linhas intermunicipais: Porto Alegre e São Leopoldo, 6 linhas, 33 quilômetros cada uma; Porto Alegre a Canoas, 2 linhas, 14 quilômetros cada uma; São Leopoldo a Caí e Montenegro, 2 linhas, 44 quilômetros cada uma; Pelotas a Rio Grande, 10 linhas, 65 quilômetros cada uma; Pelotas a Piratini, 1 linha, 63 quilômetros; Pelotas a São Lourenço, 5 linhas, 90 quilômetros cada uma; Santa Cruz a Venâncio Aires, 1 linha, 40 quilômetros; Santa Cruz a Poço do Sobrado, 1 linha, 20 quilômetros; Pelotas a Capão do Leão, 4 linhas, 17 quilômetros cada uma.
O centro de Porto Alegre, a subestação de Navegantes, nesta cidade, e os de Pelotas, Rio Grande, São Sebastião e Monte Bonito estão instalados em prédios da companhia, tendo sido o primeiro deles especialmente construído para esse fim e os demais convenientemente adaptados à natureza de tal serviço.
Na central que a companhia possui em Porto Alegre, funciona uma mesa múltipla, Siemens & Halske, de bateria central, com capacidade para 10.000 assinantes. Existe um distribuidor primário, de ferro, também para 10.000 subscritores; 2 baterias de 12 acumuladores cada uma; e diversos dínamos, funcionando junto a motores, para carregar baterias e produção de luz.
Desta central, partem 25 cabos subterrâneos, os quais, por sua vez, na área da cidade em que a população é mais densa e em lugares mais adequados, se subdividem em outros, numa extensão de 42 quilômetros.
Na central de Pelotas, funciona uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.600 subscritores e com capacidade para 3.000 linhas; na do Rio Grande, uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.200 subscritores, com capacidade para 2.000 linhas; nas de São Lourenço, Santa Cruz, Montenegro, São Leopoldo, Ilha dos Marinheiros e Nova Hamburgo, mesas Standart, de 100 linhas duplas; nas do Capão do Leão, Monte Bonito e Povo Novo, mesas Standart, de 50 linhas; nas de Quinta e Cassino, mesas de 30 linhas; nas de Tristeza, Belém e Canoas, mesas de 25 linhas; nas de Vila Tereza e Barra do Ribeiro, comutadores de 20 linhas; nas de Itapoã e Cascata, comutadores de 12 linhas; nas de Rio Pardinho e Ferraz, comutadores de 10 linhas.
A companhia, em sua maior parte, usa os aparelhos J. Berliner, de Hanover; L. M. Ericson & Co., de Estocolmo; Western Electric Co. e Kellog Switchboard & Supply Co., de Chicago.
Artigo retirado do site
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g41d.htm
14 junho 2011
Um dos Sonhos de Juan Carlos Ganzo Fernandez
O que eu gostaria de fazer, se um dia Deus me der, lucides, força, saúde e dinheiro:
12-7-1967
Preparar para meus netos, a cachoeira do morro da Lagoa, com piscina e grande conforto para que possam mostrar a obra do avô.
Fazer daquela propriedade um lindo recreio.
Ter um grande criadouro de aves e coelhos.
Obs. Texto retirado de um caderno de anotações dele.
Obs. Texto retirado de um caderno de anotações dele.
Marcadores:
Familiares,
Florianópolis,
Juan Carlos Ganzo Fernandez
As Histórias de Cito Ganzo (Juan Ganzo Fernandez Filho) - As Doces Loucuras do Cito
Juan Ganzo Fernandez Filho com sua 1° esposa Solange Di Bernardi e a filha Margot sentados na Lambreta. O casal da direita da foto é o Tio Hélio Estrella e a tia Hânia Hryniewicz Estrella.
Foto tirada lá pelos idos de 1965 na Lagoa da Conceição. Casa do Vô Juan Carlos.
À partir da esquerda: Carlos Alberto Ganzo Fernandez, Juan Ganzo Fernandez Filho (Cito), Dr. Waldir Bush, Ramirez Ganzo Fernandez, Berta Ganzo Fernandez, Juan Carlos Ganzo Fernandez, Albertina Saikowska de Ganzo, Diamela Ganzo Fernandez, Francy Ganzo Fernandez e Clorinda Ganzo Pereira.
Foto tirada por ocasião do aniversário de 80 anos do vô Juan Carlos, comemorado no Countru Club de Santa Catarina em 1972.
loucuras do cito
O figuraço Cito Ganzo levou para o túmulo não apenas o episódio em que colocou o seu gato de estimação na geladeira e mandou que o amigo Van Holf fosse buscar o gelo para juntos sorverem um uísque, existem muitos outros fatos notáveis registrados com a sua irreverência. Outro dia, numa roda de amigos, veio à tona algumas facetas de Ganzo, provocando um turbilhão de gargalhadas mesmo naqueles que não tiveram o prazer de conhecê-lo.
Existiram em Florianópolis dois personagens imbatíveis, dosados de acentuada dose de sacanagem, no bom sentido, sempre prevenidos em pregar uma boa peça nas pessoas em sua volta, Enéas Noronha e Cito Ganzo. As peripécias de Ganzo eram menos cáusticas e dosadas de ironia, mas sobretudo originais, criativas, engenhosas. Existia um pouco de uma doce loucura em quase tudo o que fazia.
Nos anos 60, possuir uma bicicleta era equivalente a desfrutar de um automóvel nos dias de hoje. De família bem-sucedida, seu pai explorava a telefonia local, Cito apareceu no Campo do Manejo, onde a garotada jogava bola e soltava pandorga, com uma bicicleta novinha e propôs, ao garoto que vendia bananas recheadas, a troca do veículo, uma raridade na época, pela iguaria do balaio. Claro que o vendedor topou e o negócio foi fechado. Enquanto Cito comia a banana, o garoto subia o morro da Mariquinha com a "magrela" nas costas.
Em outra oportunidade, o engenhoso Cito, fascinado com a exibição de pára-quedistas nos céus de Florianópolis, imaginou que também poderia voar. E surpreendeu a família ao saltar do segundo andar do prédio da telefônica, que ficava na rua Vítor Meireles, com um guarda-chuva aberto. Ele foi parar no hospital, mas a sua façanha foi amplamente comentada no Ponto Chic.
Mas a singular engenhosidade de Cito Ganzo foi mais longe. Motivado com o filme "Vinte mil léguas submarinas", um clássico de Walt Disney, em cartaz na cidade, ele mesmo decidiu construir o seu submarino. Olhares curiosos quanto suspeitos se aglomeraram na rampa do Clube Náutico Aldo Luz, ao lado do hotel Royal, para prestigiar a chegada da engenhoca de Cito, filho de papai rico e por isso era respeitado pelos colegas, embora conhecessem a sua absurda genialidade.
Cito desceu o monstrengo na rampa, com ajuda de alguns colegas, e vibrou quando o seu submarino flutuou. Palmas surgiram do cais, enquanto ele posava para fotografia. Enfiou-se na horizontal dentro da engenhoca e esta, aos poucos, foi afundando, afundando, permanecendo inerte no fundo do mar. Cito foi retirado do submarino pelos remadores do Aldo Luz. Essa aventura de Ganzo deu o que falar na cidade, sendo inclusive tema de marchinha de Carnaval.
Fonte: Coluna de Aldírio Simões no Jornal A Notícia de 28 de maio de 1999
Marcadores:
Cito Ganzo,
Familiares,
Florianópolis,
História,
Juan Ganzo Fernandez Filho,
Juancito
As Histórias de Cito Ganzo (Juan Ganzo Fernandez Filho) - Gato na Geladeira
Juancito com 2 aninhos. 1942
A cidade vai ficando cada vez mais triste, mais sisuda, com a morte de seus mais representativos e bem humorados habitantes. O falecimento recente de Juan (Cito) Ganzo deixa a Ilha desfalcada da alegria, da descontração, da doce molecagem. Juancito foi mestre em protagonizar episódios insólitos, aos olhos atônitos da conservadora população nos anos 50. Fatos inusitados no melhor estilo sessão do pastelão, que preferimos dividi-los em diversas colunas para que o leitor possa deleitar-se com as diabruras desse incrível manezinho.
Perspicaz e inventivo quanto ousado, Cito convidou o arquiteto George Van Holff, amigo de muitos anos, para um uísque em sua casa. Havia uma identidade e uma relação de amizade muito forte entre eles. Van Holff conhecia a disposição de Cito para criar situações hilariantes, porém nunca imaginou que ele mesmo fosse personagem de uma delas.
Não pensou duas vezes em aceitar o convite para o uísque. Deliciava-se com o bom humor, com as histórias contadas por Cito, pelo qual nutria grande admiração. Os Ganzo fazem parte da própria história da cidade, entretanto, as cenas inusitadas patrocinadas por Juanzito não correspondiam com a tradição e o conceito da abastada família.
No telefone Cito concluiu o convite ao amigo, convocando-o para que trouxesse aquele escocês legítimo, que há muito ele havia prometido sorver a dois. Naquela década, somente as pessoas mais abonadas consumiam uísque, produto importado e de difícil aquisição. Por isso a cerveja Faixa Azul era a preferida da classe média, a peble chupava os beiços com dose de conhaque Castelo ou cachaça brava fabricada na região de Biguaçu.
Com o litro de uísque embaixo do braço Van Hoff foi festivamente recepcionado ao bater na porta de Cito Ganzo, que ficou a cantar loas ao precioso líquido e ao conferir a procedência e a dosagem alcóolica estampados no rótulo. Copos de cristal estavam cuidadosamente colocados sobre à mesa, recebendo uma observação elogiosa do holandês: "esses copos foram naturalmente lavados com açúcar?" O anfitrião balançou a cabeça com gesto afirmativo: "Para um uísque dessa qualidade não poderia ser diferenten é?" Risos ecoaram na sala.
Ao abrir a garrafa Van Holff observou, admirado: "Mas como sorver um bom uísque sem um gelo cristalino na mesa?"
É verdade... faz favor de apanhar o balde que está na geladeira - determinou Cito.
Ao abrir a porta um gato bravo e não menos assustado pula do interior da geladeira sobre Van Holff, se estatelando no chão.
Afundado na poltrona Cito, que havia propositalmente colocado o gato na geladeira, ri aos escancaros. Havia eleito mais uma de suas muitas vítimas.
Fonte: Coluna de Aldírio Simões no Jornal A Notícia de 16 de maio de 1999
Marcadores:
Cito Ganzo,
Familiares,
Florianópolis,
História,
Juan Ganzo Fernandez Filho,
Juancito
12 junho 2011
A casa de Juan Carlos Ganzo
Fotos tiradas pelo Toleque em visita a Florianópolis em 1980
Balcão ao lado da mesa da sala de visitas
A mesa de nossos saudosos almoços de domingo
Sofá em L vermelho... cadeira de balanço... lustre... pena não aparecer a TV Philips...
Vista da Rua Rafael Bandeira
Nossas queridas Iaiá e Guiomar
Os pombos...
A garagem onde havia o fogão à lenha e o Rusty... saudades!
Marcadores:
Juan Carlos Ganzo Fernandez
10 junho 2011
Tia Nena Ganzo - A heroína da família
Nossa tia Nena nos deixou! Foi ontem, dia 9 de junho de 2011 que ela foi ao encontro de seu sempre amado Franklin Ganzo.
Nos tornamos orfãos de seu carinho e de sua atenção, pois não havia pessoa em nossa família que fosse tão interessada no bem-estar de todos.
Uma heroína, lutadora, uma mulher maravilhosa em todos os sentidos.
Ficará para sempre guardada nas lembranças mais ternas de todos que a conheceram.
Vá com Deus tiazinha. Vá sabendo que sua família sempre te amará e lembrará com orgulho e carinho.
Nos tornamos orfãos de seu carinho e de sua atenção, pois não havia pessoa em nossa família que fosse tão interessada no bem-estar de todos.
Uma heroína, lutadora, uma mulher maravilhosa em todos os sentidos.
Ficará para sempre guardada nas lembranças mais ternas de todos que a conheceram.
Vá com Deus tiazinha. Vá sabendo que sua família sempre te amará e lembrará com orgulho e carinho.
Dinorah Helena Garcia Segóvia de Ganzo
Fotos de Nena Ganzo em uma visita à minha mãe, em 17 de outubro de 2001.
Obs. Recado de Sylvia Ganzo, neta de Nena Ganzo
MAURICIO!!!! NÃO SEI SE JÁ SABES DA NOTÍCIA, MAS MINHA AVÓ D. NENA GANZO FALECEU NA MADRUGADA DE ONTEM, APESAR DA TRISTE NÓTICIA NÃO PUDE FAZER MUITO POIS COMO MORO FORA DO PAÍS SERIA IMPOSSÍVEL CHEGAR A TEMPO DE DAR UM ÚLTIMO ADEUS!!!!! VIM ATÉ ESTA PAGINA QUE VOCÊ CRIOU PARA VER ALGUMAS FOTOS DELA, AGORA O QUE ME RESTA SÃO SOMENTE AS LEMBRANÇAS QUE LEVO COM MUITO CARINHO EM MEU CORAÇÃO...... OBRIGADA....
02 maio 2011
Outras fotos do Zoo da Diamela
Olá Maurício Tudo BEM!...
Dando uma olhadinha básica no Blog, observei seu comentário a respeito da
fotografia rara do Zoo de Vila Diamela enviada por Gilberto.
Então achei importante informar que algumas imagens que enviei sejam da
mesma época ou talvez um pouco antes de sua inauguração. No Zoo Vila Diamela.
Segundo relatou-me Lotus Ganzo (Minha querida
mãe) .
Att.
João Francisco Ganzo
Dando uma olhadinha básica no Blog, observei seu comentário a respeito da
fotografia rara do Zoo de Vila Diamela enviada por Gilberto.
Então achei importante informar que algumas imagens que enviei sejam da
mesma época ou talvez um pouco antes de sua inauguração. No Zoo Vila Diamela.
Segundo relatou-me Lotus Ganzo (Minha querida
mãe) .
Att.
João Francisco Ganzo
Caro primo...
Obrigado por mais estas informações. Realmente são do mesmo lugar, pois percebe-se claramente os telhados do viveiro atrás.
Um grande abraço a todos de sua família!
08 abril 2011
Zoológico Vila Diamela
Olá Mauricio!
Achei esta fotografia que mostra o Zoológico que o Coronel Ganzo mantinha dentro da Vila Diamela no Menino Deus em Porto Alegre. Creio que a fotografia é rara porque não sabia de sua existencia e nem tinha a menor idéia de como era o zoológico. Caso já tenhas a fotografia, fica valendo a intenção da colaboração para que se possas contar toda(parece meio impossível) a história desta figura ímpar que foi teu bisavo.
Um grande abraço
Ronaldo Marcos Bastos
Caro Ronaldo... mais uma vez tenho a grata surpresa de sua contribuição. Sabíamos do Zoológico sim, mas nunca havia visto uma foto sequer... e esta é incrível!
Mais uma vez meu sincero agradecimento por sua contribuição.
Marcadores:
História,
Juan Ganzo Fernandez,
Porto Alegre,
Zoológico Vila Diamela
31 março 2011
Texto sobre Juan Ganzo Fernandez (Em 1913)
Olá Maurício!
Espero que estejas bem juntamente com tua família.
Encontrei este texto( a fonte está abaixo do mesmo) que fala sobre Juan Ganzo. Não sei se já tens.
Achei interessante e estou te enviando
Um grande abraço
Ronaldo Marcos Bastos
Juan Ganzo Fernandez - O coronel Juan Ganzo Fernandez nasceu em Montevidéu, em 5 de outubro de 1873, e desde muito moço se dedicou ao estudo de eletricidade. Estabeleceu na República Oriental do Uruguai as primeiras linhas telefônicas inter-departamentais, comunicando a capital, que é Montevidéu, com os departamentos de Canelones e São José de Maio; ramificou aquelas linhas em uma extensão superior a 700 quilômetros. Em 1898, no mesmo país, no departamento de Cerro Largo, construiu uma central telefônica, a qual comunicou com a vila de Artigas; e em 1899, transpôs o Rio Jaguarão, dando comunicação àquele município do Brasil com a sua já vasta rede telefônica de Cerro Largo.
Durante o mesmo ano, comunicou o município de Jaguarão com o do Herval, cuja linha mede 95 quilômetros. Nos primeiros meses do ano de 9100 estendeu a comunicação desde Melo até Bagé, passando pela fronteira de Aceguá. Esta linha tem uma extensão de 165 quilômetros. Em Bagé, estabeleceu importante rede telefônica, a qual ligou todos os distritos rurais daquele município, dando também comunicação com o de Don Pedrito. Em 1902 estabeleceu a rede telefônica de São Gabriel; em 1904, a de Cruz Alta; e deu começo às de Pelotas e Rio Grande em outubro de 1905, as quais foram inauguradas no ano seguinte.
No mesmo ano, constituiu a Sociedade Progresso Rio-Grandense, com a firma de Ganzo, Durruty & Cia.; e, fazendo uma viagem à Europa, esteve na Inglaterra, Alemanha, França, Holanda, Dinamarca, Suécia e Noruega, onde visitou as mais importantes fábricas no ramo da telefonia. Na Alemanha contratou, com a importante fábrica dos srs. Siemens & Halske, todos os materiais para a instalação telefônica subterrânea da cidade de Porto Alegre, com exceção dos aparelhos telefônicos, que contratou com a Telephon-Fabrik Actiengesellschaft, vorm J. Berliner, de Hannover.
Em seu regresso da Europa, incorporou, com o seu sócio, a casa bancária de Supervielle & Cia., de Montevidéu, à Companhia Telefônica Rio-Grandense, que conta hoje aproximadamente 5.000 assinantes.
FONTE: Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd.
Marcadores:
História,
Juan Ganzo Fernandez
03 janeiro 2011
Livro ... Imagens do Brasil no Início do Século XX
Olá Mauricio!
Feliz Ano Novo!
Fazia algum tempo que não mantinha-mos contato. Tudo bem contigo?
Pesquisando em um livro editado em Londres a respeito do Brasil no inicio do século XX (Imagens do Brasil no Inicio do Século XX), mais precisamente em 1912, encontrei tres fotografias que acho podem te interessar e dizem respeito ao Coronel Ganzo.
São fotografias que mostram o centro telefonico de Pelotas e as suas telefonistas. A outra é um quadro com os principais homens de negócio de Porto Alegre na época. Segundo o livro, ali esta a nata dos homens de negócio de POA no inicio do séculoXX. Caso já tenhas, valeu pela intenção.Caso te interesse, posso enviar os nomes de todos os outros componentes do quadro bem como o texto que fala sobre a Companhia Telefonica Riograndense.
Aproveito para enviar um grande abraço e reiterar os votos de Feliz Ano Novo
Ronaldo
Para comprar o acervo daquela empresa, organizou-se em Pelotas, a 24 de maio de 1895, uma sociedade anônima de responsabilidade limitada, sob a denominação de Empresa União Telefônica, com o capital de Rs. 500:000$000, que foi, mais tarde, elevado a Rs. 600:000$000. Esta sociedade continuou explorando, sem concorrentes, os serviços de sua antecessora nas três cidades acima mencionadas, até que, tendo já há muito expirado o prazo do privilégio que possuía, o coronel Juan Ganzo Fernandez, proprietário de diversos centros telefônicos em várias localidades do estado, obteve em 1906, da Intendência Municipal de Pelotas e da de Rio Grande, concessões para instalar centros telefônicos nessas duas localidades.
Estabelecidos tais centros e após um ano de funcionamento, solicitou a Sociedade concessão para instalar um novo centro na capital do estado. Havendo o coronel Ganzo Fernandez, para continuação desse e outros negócios, organizado a firma Ganzo, Durruty & Cia., iniciou, em 1908, as obras do centro telefônico de Porto Alegre, para as quais, no ano anterior, obtivera concessão do governo desse município.
Em maio desse ano, incorporou-se à mesma firma a Companhia Telefônica Rio-Grandense, que em 15 do mês seguinte ficou definitivamente instalada, e tomou a si todos os negócios da seção de telefones pertencentes a Ganzo, Durruty & Cia. O capital da nova companhia, em seu início, era de Rs.1.100:000$000, quantia que, em virtude de resolução da assembléia geral realizada em 15 de abril do corrente ano, foi aumentada para Rs. 1.300:000$000.
Para fazer face às despesas resultantes do acréscimo de suas instalações primitivas, contraiu ela um empréstimo de Rs. 500:000$000, em obrigações ao portador, ao juro de 8%. Tendo posteriormente feito aquisição da Empresa União Telefônica, emitiu um segundo empréstimo de Rs. 800:000$000 nas condições do precedente.
Com a realização dessa compra, está a Companhia Telefônica Rio-Grandense unificando o serviço nas localidades em que existem dois centros telefônicos, de forma que, presentemente, estão funcionando os seguintes, de acordo com diversos privilégios e concessões municipais: Porto Alegre, Pedras Bancas, Barra do Ribeiro, Itapoã, Belém, Tristeza, Canoas, Pelotas, Piratini, Monte Bonito, Cascata, Capão do Leão, Rio Grande, Povo Novo, Quinta, Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leopídio, Cassino, São Leopoldo, Retiro, Nova Hamburgo, Santa Cruz, Vila Tereza, Rio Pardinho, Ferraz, São João do Montenegro, São Sebastião do Caí e São Lourenço.
Também de conformidade com as concessões que lhe foram dadas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, fez a companhia construir e estão funcionando as seguintes linhas intermunicipais: Porto Alegre e São Leopoldo, 6 linhas, 33 quilômetros cada uma; Porto Alegre a Canoas, 2 linhas, 14 quilômetros cada uma; São Leopoldo a Caí e Montenegro, 2 linhas, 44 quilômetros cada uma; Pelotas a Rio Grande, 10 linhas, 65 quilômetros cada uma; Pelotas a Piratini, 1 linha, 63 quilômetros; Pelotas a São Lourenço, 5 linhas, 90 quilômetros cada uma; Santa Cruz a Venâncio Aires, 1 linha, 40 quilômetros; Santa Cruz a Poço do Sobrado, 1 linha, 20 quilômetros; Pelotas a Capão do Leão, 4 linhas, 17 quilômetros cada uma.
O centro de Porto Alegre, a subestação de Navegantes, nesta cidade, e os de Pelotas, Rio Grande, São Sebastião e Monte Bonito estão instalados em prédios da companhia, tendo sido o primeiro deles especialmente construído para esse fim e os demais convenientemente adaptados à natureza de tal serviço.
Na central que a companhia possui em Porto Alegre, funciona uma mesa múltipla, Siemens & Halske, de bateria central, com capacidade para 10.000 assinantes. Existe um distribuidor primário, de ferro, também para 10.000 subscritores; 2 baterias de 12 acumuladores cada uma; e diversos dínamos, funcionando junto a motores, para carregar baterias e produção de luz.
Desta central, partem 25 cabos subterrâneos, os quais, por sua vez, na área da cidade em que a população é mais densa e em lugares mais adequados, se subdividem em outros, numa extensão de 42 quilômetros.
Na central de Pelotas, funciona uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.600 subscritores e com capacidade para 3.000 linhas; na do Rio Grande, uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.200 subscritores, com capacidade para 2.000 linhas; nas de São Lourenço, Santa Cruz, Montenegro, São Leopoldo, Ilha dos Marinheiros e Nova Hamburgo, mesas Standart, de 100 linhas duplas; nas do Capão do Leão, Monte Bonito e Povo Novo, mesas Standart, de 50 linhas; nas de Quinta e Cassino, mesas de 30 linhas; nas de Tristeza, Belém e Canoas, mesas de 25 linhas; nas de Vila Tereza e Barra do Ribeiro, comutadores de 20 linhas; nas de Itapoã e Cascata, comutadores de 12 linhas; nas de Rio Pardinho e Ferraz, comutadores de 10 linhas.
A companhia, em sua maior parte, usa os aparelhos J. Berliner, de Hanover; L. M. Ericson & Co., de Estocolmo; Western Electric Co. e Kellog Switchboard & Supply Co., de Chicago.
OBS: O texto foi passado em OCR e mantida a grafia original do livro
Ronaldo
Companhia Telefônica Rio-Grandense
O serviço de comunicações telefônicas no estado do Rio Grande do Sul foi iniciado pela Empresa Industrial Construtora do Rio Grande do Sul, proprietária dos centros telefônicos estabelecidos nas cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, e bem assim dos privilégios concedidos pelas extintas Câmaras Municipais das três cidades, constantes dos contratos que adquiriu. O da cidade de Porto Alegre é datado de 8 de março de 1884 e o da do Rio Grande de 27 de maio de 1885, ambos por 15 anos; e o da de Pelotas é datado de 13 de outubro de 1886, por dez anos. Todos esses privilégios foram aprovados pela Assembléia Legislativa da antiga província.Para comprar o acervo daquela empresa, organizou-se em Pelotas, a 24 de maio de 1895, uma sociedade anônima de responsabilidade limitada, sob a denominação de Empresa União Telefônica, com o capital de Rs. 500:000$000, que foi, mais tarde, elevado a Rs. 600:000$000. Esta sociedade continuou explorando, sem concorrentes, os serviços de sua antecessora nas três cidades acima mencionadas, até que, tendo já há muito expirado o prazo do privilégio que possuía, o coronel Juan Ganzo Fernandez, proprietário de diversos centros telefônicos em várias localidades do estado, obteve em 1906, da Intendência Municipal de Pelotas e da de Rio Grande, concessões para instalar centros telefônicos nessas duas localidades.
Estabelecidos tais centros e após um ano de funcionamento, solicitou a Sociedade concessão para instalar um novo centro na capital do estado. Havendo o coronel Ganzo Fernandez, para continuação desse e outros negócios, organizado a firma Ganzo, Durruty & Cia., iniciou, em 1908, as obras do centro telefônico de Porto Alegre, para as quais, no ano anterior, obtivera concessão do governo desse município.
Em maio desse ano, incorporou-se à mesma firma a Companhia Telefônica Rio-Grandense, que em 15 do mês seguinte ficou definitivamente instalada, e tomou a si todos os negócios da seção de telefones pertencentes a Ganzo, Durruty & Cia. O capital da nova companhia, em seu início, era de Rs.1.100:000$000, quantia que, em virtude de resolução da assembléia geral realizada em 15 de abril do corrente ano, foi aumentada para Rs. 1.300:000$000.
Para fazer face às despesas resultantes do acréscimo de suas instalações primitivas, contraiu ela um empréstimo de Rs. 500:000$000, em obrigações ao portador, ao juro de 8%. Tendo posteriormente feito aquisição da Empresa União Telefônica, emitiu um segundo empréstimo de Rs. 800:000$000 nas condições do precedente.
Com a realização dessa compra, está a Companhia Telefônica Rio-Grandense unificando o serviço nas localidades em que existem dois centros telefônicos, de forma que, presentemente, estão funcionando os seguintes, de acordo com diversos privilégios e concessões municipais: Porto Alegre, Pedras Bancas, Barra do Ribeiro, Itapoã, Belém, Tristeza, Canoas, Pelotas, Piratini, Monte Bonito, Cascata, Capão do Leão, Rio Grande, Povo Novo, Quinta, Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leopídio, Cassino, São Leopoldo, Retiro, Nova Hamburgo, Santa Cruz, Vila Tereza, Rio Pardinho, Ferraz, São João do Montenegro, São Sebastião do Caí e São Lourenço.
Também de conformidade com as concessões que lhe foram dadas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, fez a companhia construir e estão funcionando as seguintes linhas intermunicipais: Porto Alegre e São Leopoldo, 6 linhas, 33 quilômetros cada uma; Porto Alegre a Canoas, 2 linhas, 14 quilômetros cada uma; São Leopoldo a Caí e Montenegro, 2 linhas, 44 quilômetros cada uma; Pelotas a Rio Grande, 10 linhas, 65 quilômetros cada uma; Pelotas a Piratini, 1 linha, 63 quilômetros; Pelotas a São Lourenço, 5 linhas, 90 quilômetros cada uma; Santa Cruz a Venâncio Aires, 1 linha, 40 quilômetros; Santa Cruz a Poço do Sobrado, 1 linha, 20 quilômetros; Pelotas a Capão do Leão, 4 linhas, 17 quilômetros cada uma.
O centro de Porto Alegre, a subestação de Navegantes, nesta cidade, e os de Pelotas, Rio Grande, São Sebastião e Monte Bonito estão instalados em prédios da companhia, tendo sido o primeiro deles especialmente construído para esse fim e os demais convenientemente adaptados à natureza de tal serviço.
Na central que a companhia possui em Porto Alegre, funciona uma mesa múltipla, Siemens & Halske, de bateria central, com capacidade para 10.000 assinantes. Existe um distribuidor primário, de ferro, também para 10.000 subscritores; 2 baterias de 12 acumuladores cada uma; e diversos dínamos, funcionando junto a motores, para carregar baterias e produção de luz.
Desta central, partem 25 cabos subterrâneos, os quais, por sua vez, na área da cidade em que a população é mais densa e em lugares mais adequados, se subdividem em outros, numa extensão de 42 quilômetros.
Na central de Pelotas, funciona uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.600 subscritores e com capacidade para 3.000 linhas; na do Rio Grande, uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.200 subscritores, com capacidade para 2.000 linhas; nas de São Lourenço, Santa Cruz, Montenegro, São Leopoldo, Ilha dos Marinheiros e Nova Hamburgo, mesas Standart, de 100 linhas duplas; nas do Capão do Leão, Monte Bonito e Povo Novo, mesas Standart, de 50 linhas; nas de Quinta e Cassino, mesas de 30 linhas; nas de Tristeza, Belém e Canoas, mesas de 25 linhas; nas de Vila Tereza e Barra do Ribeiro, comutadores de 20 linhas; nas de Itapoã e Cascata, comutadores de 12 linhas; nas de Rio Pardinho e Ferraz, comutadores de 10 linhas.
A companhia, em sua maior parte, usa os aparelhos J. Berliner, de Hanover; L. M. Ericson & Co., de Estocolmo; Western Electric Co. e Kellog Switchboard & Supply Co., de Chicago.
OBS: O texto foi passado em OCR e mantida a grafia original do livro
Homens de negócio de Porto Alegre:
1) L.C. Schneider; 2) João Day; 3) Eduardo Secco; 4) H.Brockmann; 5) Sebastião de Brito; 6) Dr. Victor Fischel; 7) O falecido Jorge R. Petersen; 8) Conrado A. de Campos Penafiel; 9) Manoel Py; 10) Juan Ganzo Fernandez; 11) Major E. Arnt; 12) Alberto Bins; 13) Ernesto Neugebauer; 14) João Kappel Sobrinho; 15) Virgilio R. do Valle; 16) Lucio Lopes dos Santos; 17) Oscar Augusto Schneider; 18) João B. de Sampaio
OBS:O texto foi passado em OCR e mantida a grafia original do livro
Telefonistas de Pelotas, RS
Centro Telefônico de Pelotas, RS
Assinar:
Postagens (Atom)