10 outubro 2011

Correio do Povo - 03 de abril de 1909


Correio do Povo do dia 3 de abril de 1909 noticiava: 


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Companhia Telefônica Rio-Grandense
Companhia Telephonica – A Companhia Telephonica Rio-Grandense (empreza Ganzo, Durruty & C.) começou, hontem, a distribuir folhetos contendo a lista dos seus assignantes e as instrucções para o uso de seus aparelhos. Já que a nova empreza entra em funccionamento regular, devemos advertil-a de que precisa de organizar o seu serviço, de modo a poder elle preencher os seus fins, o que agora não succede. Ao contrário, tal como está, esse serviço chega a tornar-se até prejudicial, como ainda hontem tivemos occasião de observar mesmo comnosco. As ligações são dadas com extraordinaria demora, e, não raro, cortadas inesperadamente, quando os assignantes ainda estão se communicando; os chamados, para o centro, não são attendidos; as operadoras começam, outras vezes, a importunar os assignantes com chamados em falso, etc. Esperamos que tudo isso seja melhorado, em a nova phase que a empreza vae iniciar. 




Texto retirado do site: http://contextopolitico.blogspot.com/2009_04_03_archive.html

Impressões do Brazil no Seculo Vinte

Impressões do Brazil no Seculo Vinte - [41-D]

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Clique nesta imagem para ir ao índice da obraAo longo dos séculos, as povoações se transformam, vão se adaptando às novas condições e necessidades de vida, perdem e ganham características, crescem ou ficam estagnadas conforme as mudanças econômicas, políticas, culturais, sociais. Artistas, fotógrafos e pesquisadores captam instantes da vida, que ajudam a entender como ela era então.
Um volume precioso para se avaliar as condições do Brasil às vésperas da Primeira Guerra Mundial é a publicação Impressões do Brazil no Seculo Vinte, editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, mantida no Arquivo Histórico de Cubatão/SP. A obra teve como diretor principal Reginald Lloyd, participando os editores ingleses W. Feldwick (Londres) e L. T. Delaney (Rio de Janeiro); o editor brasileiro Joaquim Eulalio e o historiador londrino Arnold Wright. Ricamente ilustrado (embora não identificando os autores das imagens), o trabalho é a seguir reproduzido, em suas páginas 821 a 828, referentes ao Estado (ortografia atualizada nesta transcrição):




Companhia Telefônica Rio-Grandense - O serviço de comunicações telefônicas no estado do Rio Grande do Sul foi iniciado pela Empresa Industrial Construtora do Rio Grande do Sul, proprietária dos centros telefônicos estabelecidos nas cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre, e bem assim dos privilégios concedidos pelas extintas Câmaras Municipais das três cidades, constantes dos contratos que adquiriu. O da cidade de Porto Alegre é datado de 8 de março de 1884 e o da do Rio Grande de 27 de maio de 1885, ambos por 15 anos; e o da de Pelotas é datado de 13 de outubro de 1886, por dez anos. Todos esses privilégios foram aprovados pela Assembléia Legislativa da antiga província.
Para comprar o acervo daquela empresa, organizou-se em Pelotas, a 24 de maio de 1895, uma sociedade anônima de responsabilidade limitada, sob a denominação de Empresa União Telefônica, com o capital de Rs. 500:000$000, que foi, mais tarde, elevado a Rs. 600:000$000. Esta sociedade continuou explorando, sem concorrentes, os serviços de sua antecessora nas três cidades acima mencionadas, até que, tendo já há muito expirado o prazo do privilégio que possuía, o coronel Juan Ganzo Fernandez, proprietário de diversos centros telefônicos em várias localidades do estado, obteve em 1906, da Intendência Municipal de Pelotas e da de Rio Grande, concessões para instalar centros telefônicos nessas duas localidades.
Estabelecidos tais centros e após um ano de funcionamento, solicitou a Sociedade concessão para instalar um novo centro na capital do estado. Havendo o coronel Ganzo Fernandez, para continuação desse e outros negócios, organizado a firma Ganzo, Durruty & Cia., iniciou, em 1908, as obras do centro telefônico de Porto Alegre, para as quais, no ano anterior, obtivera concessão do governo desse município.
Em maio desse ano, incorporou-se à mesma firma a Companhia Telefônica Rio-Grandense, que em 15 do mês seguinte ficou definitivamente instalada, e tomou a si todos os negócios da seção de telefones pertencentes a Ganzo, Durruty & Cia. O capital da nova companhia, em seu início, era de Rs.1.100:000$000, quantia que, em virtude de resolução da assembléia geral realizada em 15 de abril do corrente ano, foi aumentada para Rs. 1.300:000$000.
Para fazer face às despesas resultantes do acréscimo de suas instalações primitivas, contraiu ela um empréstimo de Rs. 500:000$000, em obrigações ao portador, ao juro de 8%. Tendo posteriormente feito aquisição da Empresa União Telefônica, emitiu um segundo empréstimo de Rs. 800:000$000 nas condições do precedente.
Com a realização dessa compra, está a Companhia Telefônica Rio-Grandense unificando o serviço nas localidades em que existem dois centros telefônicos, de forma que, presentemente, estão funcionando os seguintes, de acordo com diversos privilégios e concessões municipais: Porto Alegre, Pedras Bancas, Barra do Ribeiro, Itapoã, Belém, Tristeza, Canoas, Pelotas, Piratini, Monte Bonito, Cascata, Capão do Leão, Rio Grande, Povo Novo, Quinta, Ilha dos Marinheiros, Ilha do Leopídio, Cassino, São Leopoldo, Retiro, Nova Hamburgo, Santa Cruz, Vila Tereza, Rio Pardinho, Ferraz, São João do Montenegro, São Sebastião do Caí e São Lourenço.
Também de conformidade com as concessões que lhe foram dadas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul, fez a companhia construir e estão funcionando as seguintes linhas intermunicipais: Porto Alegre e São Leopoldo, 6 linhas, 33 quilômetros cada uma; Porto Alegre a Canoas, 2 linhas, 14 quilômetros cada uma; São Leopoldo a Caí e Montenegro, 2 linhas, 44 quilômetros cada uma; Pelotas a Rio Grande, 10 linhas, 65 quilômetros cada uma; Pelotas a Piratini, 1 linha, 63 quilômetros; Pelotas a São Lourenço, 5 linhas, 90 quilômetros cada uma; Santa Cruz a Venâncio Aires, 1 linha, 40 quilômetros; Santa Cruz a Poço do Sobrado, 1 linha, 20 quilômetros; Pelotas a Capão do Leão, 4 linhas, 17 quilômetros cada uma.
O centro de Porto Alegre, a subestação de Navegantes, nesta cidade, e os de Pelotas, Rio Grande, São Sebastião e Monte Bonito estão instalados em prédios da companhia, tendo sido o primeiro deles especialmente construído para esse fim e os demais convenientemente adaptados à natureza de tal serviço.
Na central que a companhia possui em Porto Alegre, funciona uma mesa múltipla, Siemens & Halske, de bateria central, com capacidade para 10.000 assinantes. Existe um distribuidor primário, de ferro, também para 10.000 subscritores; 2 baterias de 12 acumuladores cada uma; e diversos dínamos, funcionando junto a motores, para carregar baterias e produção de luz.
Desta central, partem 25 cabos subterrâneos, os quais, por sua vez, na área da cidade em que a população é mais densa e em lugares mais adequados, se subdividem em outros, numa extensão de 42 quilômetros.
Na central de Pelotas, funciona uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.600 subscritores e com capacidade para 3.000 linhas; na do Rio Grande, uma mesa Siemens & Halske, a indutor múltiplo, de linhas duplas, para 1.200 subscritores, com capacidade para 2.000 linhas; nas de São Lourenço, Santa Cruz, Montenegro, São Leopoldo, Ilha dos Marinheiros e Nova Hamburgo, mesas Standart, de 100 linhas duplas; nas do Capão do Leão, Monte Bonito e Povo Novo, mesas Standart, de 50 linhas; nas de Quinta e Cassino, mesas de 30 linhas; nas de Tristeza, Belém e Canoas, mesas de 25 linhas; nas de Vila Tereza e Barra do Ribeiro, comutadores de 20 linhas; nas de Itapoã e Cascata, comutadores de 12 linhas; nas de Rio Pardinho e Ferraz, comutadores de 10 linhas.
A companhia, em sua maior parte, usa os aparelhos J. Berliner, de Hanover; L. M. Ericson & Co., de Estocolmo; Western Electric Co. e Kellog Switchboard & Supply Co., de Chicago.
















Artigo retirado do site 
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0300g41d.htm