22 novembro 2007

Implantação dos telefones


Ofício enviado por Juan Ganzo Fernandez a Sr. Cid Campos, então Secretário do Interior e da Justiça de santa Catarina. Datado de 9 de julho de 1927. Localizei o documento numa primeira visita ao acervo histórico de Santa Catarina.


Encontrei ainda há pouco este texto na internet. Cita a família Ganzo como detentora dos serviços de telefonia no estado de Santa Catarina, mas creio que há muitos erros e omissões.
O governador Adolfo Konder de fato fez o convite para a vinda da telefônica do Cel. Juan Ganzo para Santa Catarina, mas foi em 1927, que era quando iria acabar a concessão de 20 anos da empresa de telefonia anterior que era a Triks & Elkhe. E em 1967, a família Ganzo ainda detinha o controle da cia. telefônica em Santa Catarina, mas não no Rio grande do Sul. Esta já havia sido vendida em 1924 para uma empresa americana. E por último, a estatização da CTC... foi em 1968 e não em 1970.

Aqui vai mais um texto:

link original: http://camara.virtualiza.net/historia_criciuma_telefone.php ou clique no título da matéria.



FRAGMENTOS HISTÓRICOS

Implantação dos telefones

O telefone apareceu no Brasil após visita de Dom Pedro II ao Centenário do Estados Unidos, em 1876. No na seguinte foram estabelecidas normas para a implantação do sistema e em 1879 o Imperador concedia espaço para a exploração da atividade.
O governador catarinense Adolfo Konder empenhou-se para trazer a Santa Catarina o novo sistema, sendo implantado em 1930 em Florianópolis. Oito anos antes Porto Alegre já possuía telefones.
O prefeito de Criciúma inicia conversações para obtenção do telefone em Criciúma, ligando a cidade a Tubarão. Em agosto de 1937 era instalada uma central com 50 aparelhos no Edifício Filhinho, onde é hoje o Café São Paulo, no coração da cidade.
O primeiro aparelho foi instalado no Hotel do Comércio, sendo que a primeira pessoa a atender uma chamada, na ausência do prefeito Elias Angeloni, não encontrado no momento da primeira chamada, foi o historiador Pedro Milanez.
Os 50 aparelhos de Criciúma eram movidos à manivela. A telefonista Malvina atendia e conectava com o número interessado. Era um sistema deficiente, caro e sem muita utilidade. Em 1951 o jornal Folha do Povo publica um contrato para quem quisesse adquirir um aparelho.
A ineficiência do serviço telefônico ocorria porque oferecer serviços de telefonia exigia, entre outras coisas, fôlego financeiro para ampliar e melhorar a rede telefônica. Mas a Companhia Catarinense, uma empresa privada, objetivava em primeiro lugar o lucro, sem no entanto, melhorar qualidade das ligações.
Se a ligação fosse para fora da cidade não havia previsão de quanto tempo seria necessário para completá-la.
Em finais de 1962 já haviam se passado quase dois anos desde a fundação da Companhia Telefônica Criciumense, órgão que gerenciava o sistema na cidade. A empresa lidava com várias dificuldades e com a cobrança dos usuários pela melhoria dos serviços e a instalação dos telefones automáticos.
Os automáticos apenas propiciavam mais rapidez nas ligações, já que não se dependia mais da intervenção da telefonista para efetuar ligações municiais. No entanto, na década de 1960, a maior reivindicação de vários setores urbanos era simplesmente possuir um telefone, já que não havia lugares na mesa telefônica para comprar. Em 1965, havia espaço para 230 ramais, instalados nas casas mais abastadas.
O jornal Tribuna Criciumense questionava o porquê da falta de aparelhos em Criciúma. O fato é que a Companhia Criciumense de Telefones não possuía capital para empatar na compra de uma central maior. Alem desse motivo, havia dois outros fatores que dificultavam a ampliação da rede de telefones em Criciúma: para ampliar a mesa telefônica só adquirindo uma nova, com capacidade para mil telefones e, para muitos o pagamento seria fácil, porém, para a maioria seria oneroso demais. Como seria possível para CCT disponibilizar mil novos aparelhos na cidade, sem conseguir aumentar o número de assinantes dispostos a contribuir com a elevada prestação mensal? Outro entrave era a correção monetária, que aumentava mais o custo.
Em novembro de 1966, Wilson barata viaja ao Rio de janeiro a fim de firmar, junto ao Contel e à firma Brickson, o contrato para compra de nova central. Com o acordo firmado, veio a Criciúma um engenheiro para verificar a localização da nova mesa e assim determinar algumas diretrizes para a elaboração da nova sede da Companhia Criciumense de Telefones.
Em 1967 a família Ganzo detinha o controle dos serviços telefônicos em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. Essa prática de concessão da telefonia a particulares não existia mais nos demais estados brasileiros.
Comprar uma nova central exigia muitos recursos e foi comprada então uma central usada, mas em bom estado, da cidade de Santos. Em 1967 ainda, já instalados ma nova sede ao lado dos Correios, um sistema com bateria punha a funcionar uma mesa com capacidade para mil aparelhos.
Em 1970 o governo federal cria novas políticas relativas á telefonia, estatizando o sistema, encampando a Companhia Telefônica Catarinense, passando-a à Telesc.
O sistema somente foi privatizado no primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, propiciando salto tecnológico e democratizando o acesso, inclusive de telefonia móvel.
Atualmente o Brasil tem mais telefones celulares que fixos.

Fonte: Adriana Fraga Vieira