Inauguração da Fábrica de equipamentos telefônicos ERICSSON
São José dos Campos, 5 de novembro de 1955
Diretor da Ericsson, Juan Ganzo Fernandez, S. Taalberg, Welgten e Clausen
Aqui termino de digitar esta brilhante exposição sobre a telefonia no Estado de Santa Catarina, feita por Claudia Gomes de Albuquerque, em seu trabalho de Conclusão do Curso de História da UFSC em 1986.
Interessante notar que algo tão valioso históricamente, não esteja sendo divulgado. Antes de encontrar este material, penei em localizar quaisquer dados sobre a telefonia em Santa Catarina. Parece mentira, mas um feito de tamanha importância para as comunicações no Estado de Santa Catarina, foi abandonado... esquecido numa prateleira de biblioteca.
Há de se lembrar dignamente do Sr. Juan Ganzo Fernandez... um pioneiro em tantos empreendimentos... Também de seu filho, Juan Carlos Ganzo Fernandez, que foi o grande administrador da telefônica aqui em Santa Catarina... de seus irmãos... Juan Edson Ganzo Fernandez, Ramirez Ganzo Fernandez... e tantos outros colaboradores, entre eles Adám Ganzo Duque, que, com sua coragem e obstinação, abandonaram suas origens, suas famílias, para desbravar um novo desafio, num país ou estado desconhecido.
Lograram êxito... trabalharam muito para que Florianópolis e todo o Estado de Santa Catarina e Rio Grande do Sul fizessem parte do mundo moderno... mas pagaram um alto preço por suas ousadias.
Hoje, a família Ganzo é esparssa... estamos divididos entre Uruguai, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná... e não nos conhecemos...
Este é o preço pago pelos pioneiros da Telefonia, Petróleo, Rádio, etc. Abdicaram dos seus para ajudar a tantos outros. Mas amaram o que fizeram... tenho certeza, não se arrependeram.
O maior presente que estes empreendedores nos deram foi poder "falar", falar com o mundo!
E por isso, hoje, na era da internet, precisamos divulgar suas histórias. Não é justo que, tamanho sacrifício seja esquecido da memória do povo catarinense e gaúcho.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento da telefonia em Santa Catarina até o surgimento da Companhia Telefônica Catarinense foi mínimo e precário. Uma das razões disso se deve ao pouco incentivo às iniciativas privadas por parte do Governo, que não tinha claro as vantagens do emprego do telefone nos assuntos administrativos, no comércio, na integração territorial e na indústria; além de que nem todos tinham condições financeiras de usufruir do serviço telefônico, o que fazia do telefone um símbolo de status social daqueles que o possuiam. A mudança de visão do Governo passou a mudar só em 1927, quando trouxe para Santa Catarina o Coronel Ganzo Fernandez, um dos melhores técnicos da época no Brasil.
O pioneirismo do Cel. Ganzo, em estender linhas telefônicas por grande parte do território catarinense, em implantar rêdes em várias localidades e em modernizar o sistema, tudo com seus próprios recursos, efetivou o serviço telefônico em santa Catarina e proporcionou um novo ritmo no desenvolvimento do estado.
Com as dificuldades de aperfeiçoar e ampliar o sistema telefônico numa velocidade compatível ao desenvolvimento do estado, com a revolução de 64 e a Política de Segurança Nacional, a encampação da C.T.C. em 1969 se fazia necessária. Porém, sua importância para o estado, em 42 anos de atividade, foi incontestável.
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