Foto tirada em ocasião do casamento civil de meus pais, Clorinda Ganzo Pereira e Dalby Verani Pereira em 1957.
Argemiro Afonso Pereira e Lucinda Verani Pereira, meus avós por parte de pai.
Tive a felicidade de conviver vários anos com eles. Vivíamos nas casas dos nossos avós.
Como moramos muitos anos ao lado da casa de minha avó Lucinda, frequentemente almoçáva-mos ou jantáva-mos com eles. Sopa de capelleti, canedre, raviolli, etc... tudo que esta maravilhosa vó fazia era delicioso. Ahhh... tá me dando fome!
Bom, Argemiro Afonso Pereira (Merico) nasceu em 24 de julho de 1904 e Lucinda Cascaes Verani em 19 de agosto de 1906. Não tenho dados sobre meu avô, mas minha avó nasceu em Orleans, Santa Catarina, Brasil.
Vó Lucinda foi uma mãe e avó exemplar. Típica descendente italiana, cozinhava como ninguém. Mulher muito meiga e amiga, vivia com a casa cheia, meus pais, tios, tias... nossa! Era muita gente mesmo. Ela tinha mais de dez irmãos!!! Passavam horas jogando canastra e jogando conversa fora. Bons tempos... o tempo corria devagar e quando chegava a hora da janta... avanço na sopa de capeletti ou na de canedre! Como era bom aquilo tudo. Minha vó deixou-nos em 1989. Lembro que fui visitá-la no hospital e o enfermeiro levou-a para fazer um exame. Estava na maca e eu a empurrei para o laboratório. No caminho, doentinha que estava, ainda pediu desculpas por eu estar ali, a carregando. Querida vózinha, nem sei o tom de minha resposta, mas sei sim, que eu não seria a pessoa que tenho orgulho de ser, sem seus ensinamentos, convicções e moralidade. A senhora, vô Merico, vó Albertina e Juan Carlos e lógico, nossos pais e familiares mais próximos, moldaram nosso caráter e nos construiram dignamente. Agradecemos eternamente por termos tido o prazer de conviver com vocês.
Creio que falar de Argemiro Afonso seja mais fácil. Convivemos mais tempo com ele, crescemos mais, amadurecemos mais e aprendemos mais. Na juventude, nos desviamos de nossa família para conviver com os amigos... o tempo passa, temos nossas próprias vidas, filhos, seguimos rumos diferentes e de repente, descobrimos um pouco tarde, o verdadeiro tesouro que temos em nossas próprias casas: Nossa Família!
Tratar Argemiro pelo verdadeiro nome é estranho para muitos. Crescemos ouvindo-os chamar de Merico, tanto que meu filho Victor ao começar a balbuciar as primeiras palavras dizia: Vovô Bibico.... risos... e ao meu pai, Dalby Verani Pereira chamava de vovô Bibi. Que bacana... meu filho conheceu seu bisavô e que bisavô! Nossa... bastava ele chegar e a turma em volta dele se reunia. As histórias que contava, o carinho com que nos tratava, a meiguice em seus olhos. Tudo contribuia para admirá-lo. Uma lenda viva, pois era a pessoa mais velha na família e tinha sempre muita coisa para nos ensinar. Partiu de repente de nossas vidas, tão de repente que, do mesmo modo que minha vó Albertina, ainda sinto como se ele estivesse na casa de minha tia Sirley, aguardando o domingo para almoçar lá na casa de meus pais e juntarmos a família em sua volta. É... a vida é assim... a única certeza é que iremos um dia partir e pensar que nos veremos novamente é um conforto. Vô Merico e vó Lucinda... lhes amamos muito e sempre estarão em nossas melhores lembranças.
Do seu neto
Maurício
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